É muito comum ver pessoas que sofrem com problemas e desvios de postura, bem como pessoas que vivem com desequilíbrios musculoesqueléticos consideráveis.
Com o tempo, é comum que essa situação gera uma grande sensação de dor e uma maior limitação da mobilidade. Uma forma de melhorar situações como essas que citamos é por meio do isostretching.
Criado por Bernard Redondo na França nos anos 70, o isostretching é um tipo de técnica bastante relacionada com os princípios corretivos da ginástica postural, associando alongamento com isometria.
Se você está procurando entender mais sobre esse método fisioterapêutico, está no texto ideal. Aqui vamos explicar mais sobre esse conceito, abordando todos os seus benefícios para o corpo, além de apresentar os principais tipos de exercícios dessa prática. Boa leitura!
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Em primeiro lugar, é importante esclarecer o termo isostretching. Ele significa união de dois conceitos: iso e stretching.
O “iso” corresponde à abreviação de isometria (que significa, por sua vez, a contração de um determinado músculo ou grupo) e o “stretching”, palavra em inglês que pode ser traduzida como “alongamento”.
Sendo assim, o isostretching nada mais é do que um tipo de ginástica terapêutica que se dá por meio de exercícios – posturais, globais e eretos – responsáveis por alongar e fortalecer isometricamente os músculos do corpo.
De forma geral, o isostretching consiste na manutenção de posturas de alongamento durante a execução de uma expiração prolongada, ao mesmo tempo que o indivíduo realiza uma contração da musculatura vertebral profunda.
Além disso, o isostretching se baseia também na cinesioterapia de equilíbrio, que mantém e controla o corpo no espaço, de modo a harmonizar as tensões e evitando as compensações que favorecem as alterações da coluna vertebral.
Como falamos, essa técnica foi criada na França em 1974 por Bernard Redondo, fisioterapeuta e osteopata, a partir da técnica Gymnastique d’Équilibre.
O objetivo desse método era tratar pacientes que tinham dores nas costas e deformações vertebrais. Uma das principais bases desse tipo de técnica está no trabalho de cadeias musculares de Françoise Mezieres e nos princípios de Roger Perrin.
Com o tempo, a técnica recebeu diversas aprimorações e adaptações ao redor do mundo. A aplicação desse tipo de ginástica no Brasil começou por volta da década de 90 e até hoje é utilizada.
O isostretching apresenta uma série de vantagens ao nosso corpo. Entre elas, estão alguns aspectos como, por exemplo:
A seguir, iremos falar um pouco sobre cada um desses efeitos benéficos ao corpo.
Em primeiro lugar, o isostretching ajuda a aumentar a força muscular e, por sua vez, ampliar o condicionamento físico do nosso corpo.
A maior elasticidade, alongamento e fortalecimento dos músculos que os exercícios propõem são responsáveis por oferecer, como consequência, uma melhor condição física do corpo.
Os exercícios para maior condicionamento muscular enfatizam também movimentos respiratórios, devido a longa e profunda expiração. O maior controle da contração abdominal influencia diretamente no condicionamento físico.
Por fim, uma melhor condição física também será importante para o tratamento de indivíduos acometidos por patologias dolorosas crônicas.
Outro ponto importante é a correção da postura com essa técnica fisioterapêutica. Isso se dá pois o alongamento e a força obtida isometricamente permitem à coluna alcançar o seu máximo comprimento, favorecendo o auto crescimento.
Essa técnica é extremamente eficaz na melhora do alinhamento da coluna vertebral torácica, uma vez que os movimentos empregados levam em consideração a postura da coluna.
Esse processo vai promover também o alongamento dos músculos paravertebrais, importantes para a sustentação da postura.
Por fim, os exercícios de isostretching também vão colaborar para o posicionamento ideal do quadril no sentido de manter o alinhamento da coluna.
Outro benefício dessa metodologia é a melhora da circulação sanguínea e linfática, principalmente em relação ao retorno venoso. Junto a isso, a capacidade cardiorrespiratória como um todo também é beneficiada
Essa relação é possível justamente pela forma como acontecem os exercícios, que trabalha o corpo juntamente com a respiração. Todos os exercícios são realizados em sincronia com com ela.
É importante apontar que esses exercícios, ainda, oferecem um aumento do recrutamento diafragmático durante a respiração, aumentando a contribuição do compartimento abdominal e, assim, refletindo em uma melhora na capacidade cardiorespiratória.
Outro benefício muito importante do isostretching é a flexibilidade muscular que impacta diretamente na capacidade de mobilidade dos músculos.
Todo o objetivo dos exercícios de isostretching é manter uma postura de “engrandecimento”, o que colabora para o alongamento da coluna e também de outros membros do corpo.
Ao trazer mais flexibilidade ao corpo, ainda, essa técnica favorece a harmonia dos gestos com economia de energia, visto que a hipo flexibilidade muscular é uma das causas essenciais das patologias crônicas.
Essa técnica fisioterapêutica pode ser indicada, portanto, como um programa para o efetivo desenvolvimento da flexibilidade corporal.
Por último, essa técnica também foi verificada em um estudo como uma alternativa para a melhoria da incontinência urinária, principalmente em mulheres.
Os exercícios para esse caso são associados à contração da musculatura do assoalho pélvico através da simulação da resistência à evacuação.
No estudo, é possível verificar efeitos positivos dessa técnica, assim como o RPG, no tratamento de pessoas do sexo feminino com incontinência urinária de esforço.
Os exercícios feitos nas sessões de isostretching podem ser feitos tanto em sessões individuais como em conjunto, no entanto, cada paciente é orientado a realizar exercícios de acordo com suas necessidades.
A ideia das sessões, além dos efeitos específicos, é realizar um trabalho de conscientização corporal no qual o indivíduo passa a conhecer seus próprios limites.
Os exercícios de isostretching podem ser praticados até 2 vezes por semana e é essencial que sempre haja a orientação e acompanhamento de um fisioterapeuta. O ideal para o paciente é fazer uso de roupas de ginástica ou aquelas que não atrapalham o movimento.
As posturas desse método podem ser feitas tanto em pé, como sentado ou deitado, de forma a trabalhar também a respiração. O uso de acessórios como bolas e bastões podem ser também requisitados para aumentar a complexidade dos exercícios.
Alguns dos efeitos conquistados pelos exercícios de isostretching são o abaixamento das omoplatas, o melhor alinhamento da coluna vertebral e a contração isométrica da região abdominal.
Como já falamos, o isostretching é um método postural, global e ereto. Isso acontece pois acontece dentro de uma posição vertebral correta, trabalhando todo o corpo e ao mesmo tempo solicitando à coluna vertebral um auto engrandecimento.
Esses exercícios vão buscar educar, corrigir e equilibrar o corpo, servindo como forma de garantir uma melhor capacidade funcional e oferecer mais qualidade de vida.
Considerando esses aspectos, iremos apresentar os principais exercícios de isostretching
utilizados para oferecer esses efeitos que falamos anteriormente.
Um dos exercícios de isostretching que vamos falar é feito em pé, sem a necessidade de nenhum equipamento. Para executá-lo, é preciso estar com a coluna vertebral ereta e a cabeça alinhada.
Além disso, será preciso ter os pés em paralelo, afastados e alinhados com a pelve, de forma a garantir uma boa estabilidade e com os braços ao longo do corpo.
Em seguida, você deverá flexionar levemente as pernas e fazer uma ligeira extensão do ombro e do punho, para trás, com os dedos estendidos e abertos.
Depois disso você deverá contrair os glúteos e os músculos dos membros com força, aproximar os ângulos inferiores das escápulas e, por fim, inspirar e expirar de maneira profunda.
Outro tipo de exercício, também em pé, pode ser feito com uma bola. Nesse caso, seu corpo deve estar com os pés paralelos, alinhados com a largura da pelve, bem apoiados no chão. A bola por sua vez, deve estar entre as coxas, acima dos joelhos.
Para executar, você irá manter os braços esticados acima da cabeça e ao lado das orelhas, de modo a cruzar as mãos acima e aproximar as palmas das mãos, uma contra a outra.
Depois disso, você irá esticar os braços mais para cima e apertar a bola e entre os joelhos enquanto contrai os músculos dos membros. Por fim, deverá também nspirar e expirar profundamente.
O Isostretching pode ser indicado para pessoas de diferentes faixas etárias, uma vez que se adapta bem às necessidades de cada pessoa sem gerar lesões musculares.
Como falamos, esse tipo de exercício serve para prevenção e manutenção da flexibilidade corporal, condicionamento físico e qualidade postural.
No entanto, é muito comum que pessoas com problemas recorrem a esse tipo de técnica. Por essa razão, o isostretching pode ser indicado para quadros como, por exemplo:
O isostretching possui poucas contraindicações. Entre elas, estão as pessoas portadoras de cardiopatia severa.
Nesse caso, o esforço isométrico vai provocar o efeito contrário, fazendo com que os pacientes tenham queixas de dores agudas.
O isostretching é muito importante no tratamento da dor pois devolve ao corpo a flexibilidade muscular ao mesmo tempo que evita a progressão de patologias crônicas.
Entre os principais problemas que podem ser tratados com o isostretching, podemos citar a escoliose e a lombalgia crônica.
O isostretching é uma dos diversos tipos de modalidades terapêuticas usadas para tratamento deste tipo de desequilíbrio postural. A escoliose se configura como um encurtamento da coluna causado por uma curvatura lateral.
O alinhamento normal da coluna vertebral é reto. No entanto, quando um paciente tem escoliose, a coluna acaba fazendo uma curva para um dos lados, em formatos de “C” ou “S”, por exemplo.
Os exercícios, por sua vez, vão ajudar na redução da dor, diminuição da gibosidade, flexibilidade, força muscular e diminuição da curvatura patológica.
Outro ponto que pode ser melhorado por essa prática é a lombalgia crônica. A lombalgia é caracterizada pela dor na região lombar, isto é, na região inferior da coluna vertebral, que fica na altura da cintura.
De acordo com a manifestação e intensidade, ela pode ser considerada aguda e crônica.
É normal que a lombalgia apresenta irradiação para membros inferiores.
A prática de isostretching favorece a diminuição da incapacidade e dor, e, ao mesmo tempo, aumenta a resistência nos pacientes com lombalgia crônica.
A melhor forma de começar a fazer isostretching é procurando um profissional de fisioterapia qualificado.
É com ele que você vai poder elaborar um plano de exercícios adequado para sua situação, seja para correção, manutenção ou prevenção. Além disso, escolher uma clínica de referência e qualidade também é muito importante.
Como você pode ver ao longo desse texto, o isostretching é uma excelente maneira de alongar e fortalecer isometricamente os músculos e, assim, oferecer maior qualidade de vida.
As posturas desse método combinam força e flexibilidade muscular associado ao desenvolvimento da consciência corporal para promover o auto engrandecimento do corpo.
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