A supraespinhal nada mais é do que um dos músculos que se encontra na região superior do ombro e da escápula. Quando essa região é lesionada, é dado o nome de tendinopatia supraespinhal.
A tendinopatia é o termo usado para fazer referência às lesões em tendões que, no caso da supra espinhal, está relacionada à compressão ou impacto do tendão desse músculo. Trata-se de uma fonte comum de dor no ombro que costuma debilitar o corpo.
Para entender mais sobre o supraespinhal e as lesões que esse tendão pode sofrer, preparamos esse artigo no blog. A seguir, vamos te explicar tudo sobre o supraespinhal e a tendinopatia para que você conheça as causas e os principais tratamentos. Boa leitura!
Para entender melhor os problemas que acontecem na supraespinhal, é essencial entender o que é e qual a função do supraespinhal.
O supraespinhal se caracteriza como um músculo do ombro que se insere nos 3/4 internos da fossa supra-espinhosa e compõe os músculos do manguito rotador, ao lado do dos músculos redondo menor, infra espinhal e subescapular.
Ele leva esse nome pois se origina na fossa supraespinal escapular. Como todo músculo, ele trabalha juntamente com tendões e ligamentos, por isso, o conhecido tendão supra espinhal – principal parte que sofre lesões – faz parte da estrutura do músculo supraespinhal.
Os tendões podem ser entendidos como estruturas complexas constituídas de colágenos.
O tendão do músculo supraespinhal se liga à cabeça do úmero, maior osso do membro superior.
O tendão supra espinhal tem o papel de ligar o músculo e o osso e, assim, permitir o bom funcionamento do ombro. Ou seja, sua função é permitir sua movimentação e estabilidade dessa região.
Por ser uma das articulações mais móveis de todo o corpo humano, o ombro tem uma grande importância quando pensamos em mobilidade da região superior.
Ao mesmo tempo, por isso, é também bastante instável, o que faz com que ela esteja constantemente sujeita a lesões.
Agora que já esclarecemos o que é supraespinhal e o papel desse tendão, podemos compreender o que é a tendinopatia do supraespinhal.
A tendinopatia do supraespinhal é o nome dado a todas as lesões em tendões, que pode também ser chamada de tendinite.
Ela sempre está relacionada à inflamação no tendão atingido. Geralmente, quando há lesão, ainda, ela ocorre na junta do músculo e do osso.
A tendinopatia do supraespinhal pode ser considerada crônica, em casos que não se consegue identificar a origem do problema, que costuma apresentar sintomas de maneira gradual.
Além disso, também pode ser considerada aguda, no qual a causa da lesão é identificável devido a um fator específico.
A tendinopatia supra espinhal pode ser provocada por diversos fatores, tanto extrínsecos como intrínsecos.
No primeiro caso, que está relacionado a uma hipótese mecânica, ela costuma estar relacionada à prática constante de esforços repetitivos, envolvendo atrito e compressão.
Quanto aos fatores intrínsecos, também conhecidos como hipótese vascular, ela diz respeito à existência de deficiência na distribuição sanguínea ao tendão, por exemplo, o que faz com que a região seja enfraquecida mas sujeita a rompimentos.
Considerando isso, podemos listar como principais fatores para a tendinopatia do supraespinhal:
Em suma: qualquer movimento com o braço elevado, se executado com bastante regularidade, pode contribuir para o surgimento da síndrome, principalmente se a região já tiver mais propensão ao desgaste.
As lesões da supra espinhal podem se manifestar de duas principais formas: parcialmente ou de maneira completa. Entenda como cada tipo de lesão funciona.
Como o nome sugere, a lesão parcial diz respeito a lesões nas quais apenas parte das suas fibras são afetadas, ou seja, o músculo não se rompe totalmente.
Essas lesões podem variar em relação a sua extensão, no entanto, costumam ser menos graves.
Por outro lado, a lesão completa da supraespinhal acontece quando todas as fibras do tendão se separam por completo. De maneira geral, ela costuma ser mais intensa e mais debilitante que a lesão parcial.
Quando essa patologia não é tratada, costuma progredir para atrofia muscular e pode provocar a perda de mobilidade do ombro.
Os sintomas de uma lesão no supraespinhal dependem da gravidade do problema, principalmente considerando se a lesão foi parcial ou completa. No entanto, os principais sintomas associadas a ela são:
Se o paciente não procurar um médico ortopedista, os sintomas podem se intensificar bem com a doença evoluir, comprometendo mais locais. Considerando isso, é essencial que seja feito um diagnóstico para identificar a lesão na supraespinhal.
O diagnóstico do médico vai envolver a avaliação do histórico do paciente, fatores de melhora ou piora da dor e, claro, exames clínicos.
São feitos, ainda, exames de imagem, como ultrassonografia do ombro, raio-x, tomografia computadorizada ou ressonância magnética. Alguns dos testes que também são utilizados na investigação da problema são:
O primeiro teste básico para identificar um caso de tendinite do supraespinhal leva o primeiro nome da doença. Ela consiste na avaliação clínica feita com o paciente sentado.
Para isso, o médico vai pedir para que o paciente abra lateralmente o braço atingindo cerca de 90 graus. Com isso, o músculo supraespinhal vai ser tensionado, o que vai provocar dor, caso ele tenha, de fato, tendinopatia do supraespinhal.
Outro teste também usado para esse diagnóstico é o teste de Hawkins-Kennedy. Nesse caso, o paciente vai precisar se posicionar de pé. O médico irá pedir para que o paciente flexione o ombro para frente a cerca de 90 graus.
Em seguida, deverá tentar rotacionar o ombro, o que vai fazer com que o tendão supraespinhal seja empurrado contra o ligamento do acrômio. Dessa forma, se o paciente sentir dor, há uma grande chance de ser uma tendinopatia do supraespinhal.
O teste de Neer também é feito em pé, no qual será preciso que o paciente estenda o braço e o médico rotacione o braço no sentido interno.
Tal movimento vai provocar certo choque do tendão contra o acrômio. De forma igual aos outros testes, caso o paciente tenha tendinopatia, ele vai alegar sintomas de dor.
Por fim, o teste de Apley também serve para identificar esse problema. Com o paciente sentado, será pedido para que ele posicione a mão, a do mesmo lado afetado, atrás da cabeça e encostá-la na parte superior da escápula.
Após isso, será pedido para que a mesma mão atinja a parte inferior da escápula. Em caso de dor, o paciente tem grandes chances de estar sofrendo com lesão da supraespinhal.
Após o diagnóstico, então, o tratamento pode ser definido pelo médico. Há vários caminhos que o profissional pode orientar para que a lesão da supraespinhal seja resolvida. Entre elas, podemos citar tratamentos conservadores, terapias alternativas, cirurgia e fisioterapia.
O tratamento conservador nada mais é do que os tratamentos mais simples, adequado para quadros mais leves ou no início. Para esses casos, costumam ser receitados alguns medicamentos, como anti-inflamatórios e analgésicos.
Ao mesmo tempo, é comum que para esses casos, seja orientado o repouso. É através dele que será possível conseguir a cicatrização do tendão afetado e impedir o aumento da lesão.
As terapias alternativas, por sua vez, são tratamentos como a acupuntura, o agulhamento seco, as massagens e as terapias por ondas de choque.
A acupuntura, o agulhamento e as massagens colaboram com a inativação dos pontos gatilhos e relaxamento muscular, além de reduzirem o tratamento da dor miofascial que pode vir associada a essa lesão.
Já a terapia por ondas de choque serve em casos refratários, oferecendo uma boa resposta da dor e amplitude de movimento. Essa terapia induz alterações estruturais e neuroquímicas para garantir a cicatrização da região.
Todas elas vão ajudar no tratamento da dor do paciente. No entanto, precisam estar associadas a outros tratamentos, como uso de remédios ou como a fisioterapia.
A fisioterapia costuma ser uma prática indicada para os mais diferentes tipos de recuperação de lesões. O objetivo dessas sessões é provocar alívio dos sintomas ao mesmo tempo que restabelece a função normal do complexo articular do ombro.
Além disso, ao auxiliar o fortalecimento do músculo supraespinhal e dos demais músculos do manguito rotador, a região fica mais fortalecida e assim, sofre com menos sobrecarga no tendão.
Por fim, em casos que os demais tratamentos não apresentam efeitos significativos após 6 meses ou até mesmo quando a situação é grave e houve lesão completa do tendão, pode ser indicado o tratamento cirúrgico como forma de resolução.
Para isso, costuma ser feita a artroscopia, uma cirurgia que consiste na inserção de duas estruturas na articulação do ombro, equipadas com câmeras.
Neste procedimento, é feito o reparo do tendão ou a reorganização do posicionamento do acrômio, que vai evitar os atritos do tendão.
Ao longo do texto, a gente pode te mostrar o que é o supra espinhal, quais são as lesões que ele pode sofrer e quais são as melhores formas de tratar esse problema.
Por ser uma região muito usada e com grande rotação, o ombro é bastante suscetível a lesões, podendo ser provocadas tanto por questões externas, como acidentes e esportes que usam membros superiores, como por fatores naturais, como o envelhecimento.
Para cada causa, há um tratamento diferente. No entanto, eles costumam envolver repouso, uso de remédios, acupuntura, fisioterapia e, em último caso, cirurgias.